A família é a célula mater da sociedade.
A Loja maçônica é a célula mater da Maçonaria.
O presente trabalho tem como escopo ressaltar a importância da Loja na família maçônica; na formação e desenvolvimentos dos Irmãos; ressaltar a relevância de compartilhar conhecimento; e, ainda, refletir sobre a nossa formação maçônica e o papel dos Mestres Maçons nessa missão.
A família é a célula mater da sociedade. Essa frase, atribuída a Rui Barbosa, demonstra a importância do núcleo familiar na vida de todos nós. É na família que o indivíduo tem a primeira experiência de convivência em sociedade. A Maçonaria valoriza a família.
É na família e não na escola que somos educados. Para o filósofo Mário Sérgio Cortella, as escolas não têm o papel de educar as crianças. Esse é o dever dos pais e da família, cabe à escola a tarefa da escolarização da criança[1].
Já a Lei nº 9.394/96, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB, em seu Art. 1º afirma:
A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais (LDB).
A Loja maçônica está para a Maçonaria, tal qual a família está para a sociedade, ou seja, a Loja maçônica é a célula mater da Maçonaria. Normalmente, a primeira experiência do candidato com a Maçonaria acontece na Loja. É na Loja que somos iniciados, instruídos e recebemos os Graus. É na Loja que convivemos com os Irmãos e passamos a maior parte de nossa jornada maçônica.
Depois que o candidato é iniciado na Maçonaria, sua família passa a fazer parte de nossa família também. Sua esposa passa a ser nossa cunhada, seus filhos nossos sobrinhos e a Loja sua segunda “casa”.
É muito comum confundir Loja com Templo ou Oficina, vejamos a diferença entre cada um deles.
Templo
É um edifício consagrado ao culto religioso, considerado um lugar sagrado, digno de respeito. O Templo Maçônico é o edifício no qual funcionam as Lojas. Antes da construção do primeiro Templo maçônico, - que só ocorreu em 1776 -, os modernos maçons se reuniam em tabernas.
Loja
O termo Loja é uma herança da Maçonaria Operativa, refere-se a uma edificação ou local rústico dentro do canteiro de obras, utilizado para guardar ferramentas e descanso dos pedreiros.
As guildas de pedreiros da Idade Média podem ser consideradas embrião das Lojas maçônicas de hoje. Elas funcionavam como uma espécie de sindicato e congregavam pessoas do mesmo ofício. Tinham funções sociais, políticas e econômicas bem definidas. As guildas ou corporações asseguravam os contratos de construção e ofereciam assistência e segurança aos seus membros e familiares.
Oficina
Já oficina é um termo comumente aplicado ao local onde se realizam reparos ou consertos. Na antiguidade a oficina era o local onde se praticava o ofício, ou seja, artesãos e artífices pondo em prática (ação) os ensinamentos teóricos de sua profissão. Vale ressaltar que a Maçonaria não é um reformatório, a Maçonaria é um centro de aperfeiçoamento humano.
Loja Maçônica
Em termos atuais pode-se definir Loja maçônica como sendo congregação, agrupamento ou reunião de maçons. Em suma, é o que está preconizado no Landmark nº 9[2]:
A necessidade de se congregarem os Maçons em Lojas é outro Landmark. (...) que às suas reuniões fosse dado o nome de “Lojas”.
O que você espera encontrar na Maçonaria?
Aquilo que tiver no seu coração é o que você vai encontrar na Maçonaria.
É bem verdade que na Ordem temos Irmãos diferentes e com expectativas distintas acerca da Maçonaria.
Se você procura fazer negócios na Maçonaria, você vai encontrar negócios na Maçonaria; se procura ampliar seu conhecimento, com certeza você vai ampliar o seu conhecimento; se você procura fazer filantropia, também você vai encontrar na Maçonaria; se você procura amizade sincera e desinteressada, você vai encontrar. Aquilo que tiver no seu coração é o que você vai encontrar na Maçonaria.
A Maçonaria não é uma instituição alienígena ou indiferente aos problemas que permeiam a sociedade em que está inserida. Ela é formada por homens que vêm dessa mesma sociedade, que podem trazer seus problemas, mas também levar soluções para o meio em que vivem.
Afinal, o que é Maçonaria?
A resposta para essa pergunta pode variar consideravelmente, tanto entre os que não são maçons, quanto entre os que o são.
Definir a Maçonaria não é uma tarefa das mais fáceis. Antes, porém, vale ressaltar que ela não é melhor nem pior que as outras instituições, é apenas diferente.
A Maçonaria é sem sombra de dúvidas uma das mais importantes organizações pensadas pelo homem. Entre verdades e mentiras, muito já foi escrito. Ela foi estruturada, perseguida, praguejada, reverenciada e muitas vezes incompreendida ao longo dos últimos três séculos.
De forma sucinta, é possível definir Maçonaria como uma fraternidade iniciática, escola filosófica de moral e aperfeiçoamento humano, que consagra seus ensinamentos por meio de símbolos e alegorias.
O que se faz nessa escola chamada Maçonaria?
Ensinar o que se sabe, praticar o que se ensina e perguntar o que se ignora - São Beda.[3]
Sendo a Maçonaria uma escola ou uma universidade, fica fácil dizer o que se faz na Maçonaria. Nós aprendemos e ensinamos, simples assim. Esse é o verdadeiro papel do maçom na Maçonaria: aprender e ensinar. Claro que para aprender é preciso estudar e para ensinar é preciso praticar.
Rito e Ritual
Antes de iniciarmos na Maçonaria, não sabemos que existem ritos diferentes, Potências maçônicas e Lojas diferentes; aos poucos vamos aprendendo. Cada rito tem seus próprios rituais e suas práticas ritualísticas.
Rito é o sistema e a forma das práticas maçônicas. O Rito congrega um conjunto de regras e métodos pelos quais são transmitidos os ensinamentos maçônicos.
O que diferencia um Rito de outro é justamente a forma de trabalho em Loja, ou seja, o aspecto exterior.
Em Maçonaria, ritual normalmente é conhecido como o livro ou manual que descreve a ordem e a forma como são realizadas as cerimônias de determinado Rito. No ritual estão as regras e as normas estabelecidas para a liturgia das cerimônias.
Os ritos, os rituais, a ritualística, tudo isso faz parte do sistema educacional da Maçonaria. O rito é como se fosse o curso, os rituais são os livros didáticos e os graus são os módulos. Sua metodologia de ensino se dá por meio de símbolos e alegorias.
Os Graus
Basicamente os Graus na Maçonaria se dividem em Simbólicos e os chamados Graus Superiores, dependendo de cada Rito. Vamos nos concentrar nos Graus simbólicos: Aprendiz Maçom, Companheiro Maçom e Mestre Maçom, - que são comuns a todos os Ritos.
O Grau de Aprendiz Maçom é o primeiro Grau e a base da Maçonaria. Não se chega ao Grau de Mestre sem antes ser iniciado no Grau de Aprendiz. É o início da jornada do maçom e simbolicamente representa a “criança”. Esse Grau é voltado para o aspecto moral.
O Grau de Companheiro Maçom representa simbolicamente o “jovem” na transição da infância para a idade adulta. Concentra-se no aspecto intelectual e no autoconhecimento.
O Grau de Mestre Maçom é o topo da pirâmide dos Graus Simbólicos, representa o maçom na idade adulta. Nesse Grau, o Obreiro adquire a plenitude dos direitos maçônicos.
Enquanto o Aprendiz recebe as lições morais, o Companheiro aprimora o intelecto, já o Mestre Maçom desenvolve a espiritualidade, fortalecida pela sólida moral recebida no primeiro Grau e tendo a consciência de si mesmo, ou seja, o autoconhecimento adquirido no segundo Grau.
A Maçonaria nos ensina a trabalhar os aspectos morais, intelectuais e espirituais. No Grau de Mestre Maçom a espiritualidade é mais evidente.
Andragogia
O que você ouve, você esquece; o que você vê, você lembra; o que você faz, você aprende.
Para entender o processo de ensino e aprendizagem da Maçonaria, é preciso falar sobre andragogia[4].
Andragogia é a arte ou ciência de orientar adultos a aprender (...). O termo remete para o conceito de educação voltada para o adulto, em contraposição à pedagogia, que se refere à educação de crianças (...).
Os neófitos - como são conhecidos os Aprendizes Maçons recém-iniciados -, não são adultos inexperientes, eles trazem consigo o conhecimento das mais variadas profissões e também da escola da vida.
Todos os nossos esforços devem se concentrar no ensino dos Aprendizes e Companheiros Maçons, que estão no início da jornada maçônica.
Objetivo da Maçonaria
A Maçonaria não tem o objetivo de dominar, nem mudar o mundo, seu objetivo é desenvolver o maçom, moral, intelectual e espiritualmente. O maçom transformado, melhorado, vai mudar o mundo, ou pelo menos o mundo que o circunda. Essa mudança é perceptível, principalmente no núcleo familiar do maçom. Por isso a importância da Loja na família maçônica.
A Maçonaria nos conduz na busca da verdade, mas não define a verdade, nos incentiva a pensar, mas não diz o que devemos pensar: eis o mistério da Maçonaria.
Os responsáveis pelo desenvolvimento dos maçons
Quem são os responsáveis pelo desenvolvimento dos maçons? Seriam os Grão-Mestres, os Veneráveis Mestres?
Sendo a Maçonaria uma escola ou universidade, temos os docentes (Mestres) e os discentes (Aprendizes e Companheiros).
Mas, afinal, de quem é a responsabilidade? Todos nós somos responsáveis pelo nosso desenvolvimento e também pelos nossos Irmãos. Repito, todos nós somos responsáveis. Apesar dessa afirmativa, gostaria de destacar alguns personagens nessa prazerosa missão de ensinar: o padrinho, os vigilantes e o Venerável Mestre.
O Padrinho
Para entrar na Maçonaria todo candidato precisa ser indicado por um Mestre Maçom, que passa a ser seu padrinho. Normalmente, é por meio dele que o candidato começa a conhecer a Maçonaria e tem as primeiras impressões sobre a Ordem.
Por meio do padrinho, o candidato tem acesso à Maçonaria. Ele é o elo entre o candidato e a Ordem. O padrinho é um dos mais importantes personagens nesse processo de ensino e aprendizado.
É comum ouvirmos que “o trabalho do padrinho se encerra quando o candidato chega ao Grau de Mestre Maçom”. Eu acredito piamente que a responsabilidade do padrinho para com o seu afilhado é para a vida toda. Por isso, é tão importante escolher bem os afilhados.
O padrinho precisa cuidar de seu afilhado antes, durante e depois que ele é iniciado, além de acompanhá-lo em toda sua jornada maçônica.
Os Vigilantes
Claro que a responsabilidade não recai apenas nos ombros do padrinho. Como eu disse, todos nós somos responsáveis pelo nosso desenvolvimento e de nossos Irmãos. Destaco agora os Vigilantes.
O Primeiro Vigilante é o ‘tutor’ dos Irmãos Aprendizes, já o Segundo Vigilante tem a responsabilidade dos Irmãos Companheiros.
Na qualidade de ‘tutor’, ou melhor, instrutor, os vigilantes precisam ter preparo para o desempenho destes cargos. Eles analisam os trabalhos maçônicos - que chamamos de Peças de Arquiteturas - acompanham o desempenho e desenvolvimento dos Irmãos que estão sob suas responsabilidades.
O Venerável Mestre
Que o Grande Arquiteto do Universo lhe conceda: “a sabedoria de Salomão, a força de Sansão e a paciência de Jó”.
Qual o cargo mais importante na Maçonaria? Certa feita fiz essa pergunta para um grupo de Irmãos. As respostas foram as mais variadas. Eu concordei com todas elas e completei, “o cargo mais importante na Maçonaria é aquele que você estiver ocupando”.
Independente de qual seja o cargo, dê o seu melhor. E mesmo que você não esteja ocupando nenhum cargo, lembre-se que o maior título é o de Irmão e a maior honra é ser reconhecido como Maçom.
Todos os cargos na Maçonaria são importantes, dentre eles o de Venerável Mestre. O Venerável Mestre é o Mestre dos Mestres, tem acento no Oriente, como atesta o Ritual do Grau de Aprendiz Maçom:
Assim como o Sol nasce no Oriente para fazer sua carreira e iniciar o dia, aí fica o Venerável Mestre, para abrir a Loja, dirigi-la em seus trabalhos, e esclarecer os obreiros com as Luzes de sua Sabedoria, nos assuntos de nossa Sublime Instituição (RITUAL DO GRAU DE APRENDIZ MAÇOM, 2016, p. 65).
O Venerável Mestre é o sol que irradia luz e calor, fonte de sabedoria, conhecimento e consulta. O Venerável Mestre precisa ser versado na Arte Real e ter conhecimento acima da média. Ele é o nosso líder e dirige os trabalhos da Loja. Mas, a instalação no Trono de Salomão - termo que é dado para a posse de um Venerável Mestre -, não faz milagre.
Antes de se candidatar ao cargo, reflita
Trago algumas reflexões para o Irmão que pretende candidatar-se ao cargo de Venerável Mestre. Essas reflexões não têm como escopo desencorajá-lo. Elas servem para ajudar na decisão que, certamente, afetará sua vida, de sua família e também da Loja.
Primeira reflexão: por que eu quero ser Venerável Mestre?
A resposta é de foro íntimo, o Irmão precisa responder leal e francamente a si mesmo. Fazendo isso, deve encontrar o verdadeiro sentido e a motivação para ocupar tão honroso cargo.
Segunda reflexão: minha família concorda com a minha decisão?
Essa é uma decisão que precisa ser compartilhada com a família. Como é sabido, nós só iniciamos na Maçonaria com o aval da esposa.
Não seria salutar você tomar essa decisão sem que a cunhada concorde, uma vez que, direta ou indiretamente, ela também fará parte de sua gestão. Ter o apoio da família é fundamental, principalmente da cunhada.
Terceira reflexão: eu posso ser Venerável Mestre?
A decisão de iniciar na Maçonaria é uma das mais importantes que fazemos na vida. Ser Venerável Mestre não é menos importante, pelo contrário, é preciso se dedicar ao cargo ainda mais.
Essa dedicação vai muito além do compromisso de ir à Loja no dia da Sessão. Vive-se o cargo 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano. Eu tenho essa disposição?
Quarta reflexão: meus Irmãos querem que eu seja Venerável Mestre?
Já encontrei as razões pelas quais quero ser Venerável Mestre, tenho o apoio da minha família e posso ser. Agora vem um ponto relevante, os Irmãos da Loja, querem que eu seja?
Para o bem da Ordem e harmonia da Loja, é preciso a anuência dos Irmãos. Sem ela, por mais competente que você seja, poderá ter problemas. Para ser Venerável Mestre, você precisa conquistar a confiança dos Irmãos.
Quinta reflexão: eu estou disposto a pagar o “preço”?
Por último e não menos importante, eu estou disposto a pagar o “preço”? Não encare essa reflexão sob o ponto de vista financeiro. Mesmo sabendo que, em alguns casos, o Venerável Mestre utiliza dinheiro do próprio bolso, mas não é isso.
O “preço” a que me refiro não é financeiro. Apesar de a Maçonaria ser uma fraternidade, não é fácil liderar líderes.
Todos nós maçons somos líderes, seja em casa, no trabalho ou na comunidade em que vivemos. Além disso, somos voluntários e é preciso um fino trato para lidar com os Irmãos. Por isso que eu sempre desejo ao Irmão que é eleito Venerável Mestre que o Grande Arquiteto do Universo lhe conceda: “a sabedoria de Salomão, a força de Sansão e a paciência de Jó”.
É preciso se preparar
É melhor estar preparado e não ter uma oportunidade, do que ter uma oportunidade e não estar preparado.
Além de reflexão, é preciso ação. O Irmão que pretende ser Venerável Mestre precisa se preparar, não só no dia em que é eleito ou quando toma posse; é preciso se preparar desde o dia em que é iniciado na Maçonaria.
O Venerável Mestre precisa conhecer a Ordem, a legislação maçônica, o funcionamento da Loja em todos os aspectos e, principalmente, conhecer os Irmãos.
Planejamento
Planejamento é a palavra de ordem. São quatro os pilares da gestão: planejamento, organização, comando e controle. O planejamento é o lado racional, o norteador, a etapa que subsidiará as demais, por isso é uma das mais importantes.
Para subsidiar o planejamento é preciso ter um objetivo bem claro e definido; fazer uma análise situacional da Loja; e, projeções para o futuro. O planejamento pode ser dividido em curto, médio e longo prazo.
Planejamento de curto prazo
Planejamento de curto prazo, como o próprio nome já diz, é o que será executado em um curto prazo de tempo. Pode ser mensal ou mesmo semanal, como, por exemplo, o que será tratado na Ordem do Dia.
A Ordem do Dia é como se fosse o plano de aula do Venerável Mestre. Lembrando que as Sessões precisam ser atrativas e que contribuam com o aperfeiçoamento moral, intelectual e espiritual dos Irmãos. Uma Sessão Justa e Perfeita é quando saímos melhor do que quando entramos.
Planejamento de médio prazo
Planejamento de médio prazo é justamente o plano de gestão. São todas as ações previstas que possam ser executadas dentro do seu mandato.
É de suma importância preparar um calendário com todas as Sessões possíveis. Esse calendário deve contemplar: palestras, debates, instruções e leituras de Peças de Arquiteturas.
Outro aspecto importante é saber quantas Sessões de Aprendiz, Companheiro e Mestre serão realizadas durante a gestão, bem como as Sessões Magnas, Públicas e Sessões Festivas: do Dia das Mães, Internacional da Mulher, Dia dos Pais, Dia das Crianças, aniversário da Loja, dentre outras.
Planejamento de longo prazo
O planejamento de longo prazo deve ir além do mandato do Venerável Mestre. É preciso planejar e preparar a Loja para o futuro. Esse é um trabalho de todos os Obreiros. Como pretendemos ver a Loja nos próximos 5, 10, 15, 20, 30 anos? Reúna os Irmãos do quadro, pergunte o que eles esperam, não só do seu mandato, mas da Loja em si.
Quando a Loja tem objetivos bem definidos para o futuro, fica muito mais fácil para cada nova gestão alinhar seus objetivos com os objetivos da Loja. Três norteadores podem ajudar nesse sentido: missão, visão e valores.
Missão é a razão de existir, o propósito da Loja. Aquilo que dá sentido à sua existência. A visão é uma projeção para o futuro. Quando, como e onde a Loja deseja chegar. Já os valores são os princípios que regem as ações e comportamentos de todos os Obreiros que fazem parte da Loja.
CONCLUSÃO
Bebei e dai de beber a quem tem sede, comei e dai de comer a quem tem fome, aprendei e ensinai.
Acredito piamente que todos os Obreiros, trabalhando juntos pelos mesmos ideais e emanados pelo amor fraternal, tornam a Loja Justa e Perfeita. Seu efeito salutar ecoa na família, no trabalho e na sociedade em geral.
A Loja maçônica é a célula mater da Maçonaria. É na Loja que somos iniciados, instruídos e recebemos os Graus. É na Loja que convivemos com os Irmãos e passamos a maior parte de nossa jornada maçônica. Se encontrarmos na Loja os mesmos problemas encontrados no mundo profano, estamos perdendo nosso tempo e dinheiro.
É preciso melhorar e muito nossas Sessões, que precisam ser mais atraentes, para um público de Irmãos sedentos por conhecimento.
O mundo está passando por profundas transformações; na Maçonaria não é diferente. Com o advento de novas tecnologias, o que levaria dez, ou mesmo vinte anos para se estabelecer, aconteceu num piscar de olhos.
Com as reuniões nas plataformas digitais pelas Lojas Virtuais Lux In Tenebris, nº 47 da GLOMARON, Luz e Conhecimento, nº 103 da GLEPA, pelos Grupos de Estudos Maçônicos, Lives Maçônicas, Epaminondas On-line, pelas Academias Maçônicas: Academia Maçônica Virtual Brasileira de Letras, Academia Maçônica de Letras de Rondônia, Academia Maçônica de Letras de Piracicaba, Academia Mineira Maçônica de Letras, dentre outros movimentos de educação maçônica à distância, possibilitou a democratização do conhecimento.
O que antes estava restrito a um grupo reduzido de Irmãos, hoje está disponível no mundo virtual. Mas, seu efeito é real. Ouvimos, de novos e de veteranos Irmãos, que aprenderam mais durante a pandemia com as lives do que nas Sessões nos Templos físicos.
Dá-nos alento o movimento que ressurge na Maçonaria, preocupado com a formação maçônica dos Obreiros. Todos os nossos esforços devem se concentrar no ensino dos Aprendizes e Companheiros Maçons, que estão no início da jornada maçônica.
Convido os Irmãos - que estão chegando agora na Maçonaria, os que já estão há mais tempo e a todos nós -, para que façamos reflexões sobre o ensino e aprendizado maçônico:
Para os Irmãos que estão iniciando agora na Maçonaria, como está sua formação maçônica?
Para os Irmãos que estão na Maçonaria há mais tempo, como foi a sua formação maçônica?
Para todos nós, o que estamos fazendo para ajudar na formação maçônica dos nossos Irmãos?
Na Maçonaria, temos Irmãos que estão com sede de conhecimento e com fome de saber, por isso é tão importante aprender para depois ensinar.
Nessa jornada, encontramos Irmãos que são como faróis nos iluminando pelo caminho. Nutrimos por eles verdadeira admiração. São fonte de sabedoria, modelos de conduta, Mestres na mais perfeita acepção da palavra.
Esses Irmãos nos inspiram a continuar seguindo em frente, nessa escola chamada Maçonaria. Seja você, também, luz no caminho dos Irmãos. Aprendei e ensinai.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>. Acessado em: 15/05/2023.
COELHO, Vanderlei. A importância da loja no desenvolvimento do maçom. Palestra proferida on-line para a Loja Virtual Luz e Conhecimento, nº 103, em 01/04/2023.
COELHO, Vanderlei. Gestão Maçônica e a arte de liderar líderes. Palestra proferida no IV Ciclo de Palestras da Glomaron. Porto Velho, 2019.
EU SEM FRONTEIRAS. O papel da escola e da família na vida de uma criança. Disponível em:<https://www.eusemfronteiras.com.br/o-papel-da-escola-e-da-familia-na-vida-de-uma-crianca/>. Acessado em: 15/05/2023.
GLOMARON, Grande Loja Maçônica do Estado de Rondônia. Constituições de Anderson e Landmarks. Porto Velho: 2012.
GLOMARON, Grande Loja Maçônica do Estado de Rondônia. Ritual do Grau de Aprendiz Maçom. Porto Velho: 2016.
ISMAIL, Kennyo. Ordem sobre o caos. Brasília: No esquadro, 2020.
HODAPP, Christopher. Maçonaria para leigos. Tradução de Kennyo Ismail. 2ª edição. Rio de Janeiro: Alta Books, 2016.
WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Andragogia. Disponível em <https://pt.wikipedia.org/wiki/Andragogia>. Acessado em: 15/05.2023.
Notas de rodapé
[1] EU SEM FRONTEIRAS. O papel da escola e da família na vida de uma criança. Disponível em:<https://www.eusemfronteiras.com.br/o-papel-da-escola-e-da-familia-na-vida-de-uma-crianca/>. Acessado em: 15/05/2023.
[2] GLOMARON, Grande Loja Maçônica do Estado de Rondônia. Constituições de Anderson e Landmarks. Porto Velho: 2012.
[3] São Beda, conhecido como “Venerável Beda”, nasceu em Monkton, Jarrow, Inglaterra, no ano de 672 da era cristã. Foi monge, teólogo e historiador inglês, canonizado em 1899.
[4] WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Andragogia. Disponível em <https://pt.wikipedia.org/wiki/Andragogia>. Acessado em: 15/05.2023.
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